A visita a ilha da Berlenga!!!!
Este Fim-semana foi palco de mais uma actividade familiar, já tão tipicas sazonalmente.
Este ano o cenário seria a Ilha da berlenga ao largo de Peniche. O entusiasmo era muito e a expectativa maior ainda. A desilusão chegou na manhã de embarque...chuva, frio e vento...e mais chuva! Mas nada nos detinha. Ao chegar ao cais de embarque, o espanto...vazio, nínguem se avistava, "que poderia ter acontecido, será que ja foram todos e só cá estamos nós em terra?". No momento seguinte o choque..."Afinal não vem mais ninguém a não sermos nós (12pessoas), parece que todos estavam doentes". Bem, de cerca de quase 40 pessoas ficamos 12pessoas, não fez mal fomos na mesma. Numa lancha de recreio turistico, de seu nome "Pássaro do Sol" num dia de chuva, la fomos ter com quem já la tinha chegado. A chuva na viagem foi muita e o vento agitava, chegamos em 20minutos, demasiado rápido para sequer pensar se tinha enjoado. As primeiras 2h30m foram passadas literalmente debaixo de um chapéu de esplanada, a chuva não dava tréguas, nem sinal de parar. Por volta das 13h30 a chuva parou e lentamente o céu foi limpando e dando lugar a tímidos raios de Sol. Apressadamente começou-se o dito "Pic-nic" familiar. Com carradas de caixas de peixe e respectivos acompanhamentos, o almoço lá foi ficando pronto enquanto uns iam já comendo. Novamente o espanto e desta vez foi mesmo muito. Enquanto nós iamos almoçando, iam aparecendo cada vez mais pessoas junto a nós...e...admirem-se....iam-se sentando á nossa mesa, comendo da nossa comida, bebendo dos nossos sumos e vinhos, usando os nossos talheres e pratos e comendo de tudo o que a vista alcançava. Naquele momento estava pasmo, atónito, incrédulo!!! Mas reparava que mais ninguem a não ser eu e os meus pais estavamos assim. Não reagimos claro! O almoço tornou-se animado, divertido e muito brincalhão entre piadas e boa disposição. No final do almoço la ganhámos coragem e perguntamos se alguém conhecia aquelas cerca de 20 pessoas que se tinham juntado a nós...Surpresa...."Não...ninguém os conhece, mas não te admires, aqui na berlenga é mesmo assim, quase uma anarquia. Se alguém tem um bocado de pão, divide por quem não tem. O mais importante é que todos se sintam felizes e de bem com a vida." Fiquei boquiaberto (novamente). A Utopia afinal tem palco numa ilha...que deja vu.
A seguir ao almoço, a caminhada de reconhecimento da ilha. Lá fomos por entre o Sol escaldante que se pôs de repente. As nuvens tinham-se evaporado e no céu raiava um azul esplendoroso. A ilha é magnífica e com milhares e milhares de habitantes. As gaivotas (que as vi bem perto e que são ladras do almoço dos outros), as sardaniscas (que são mais que as mães, chiça são aos milhões), as formigas (que têm carreiros interminaveis). Por entre a vegetação demasiado rasteira para sequer ser notada avistamos la em baixo no mar uma fortificação da cor da terra. iamos visitar o Forte S. João Baptista. A descida foi abrupta por entre milhares de degraus. Cruzamo-nos, em sentido contrário, com visitantes que bufavam e acusavam visiveis sinais de cansaço. Não demos muita importância. Chegamos ao Forte.
Imponente, único e despojado de qualquer riqueza, marca uma pequena baia de aguas tão límpidas que reconhecemos variados tipos de peixe. No interior a quantidade de gente era notória e a azáfama era igual. Afinal era o ultimo dia em que o forte estava aberto para dormidas. aqui e ali encontravam-se mochilas e roupas, atras de balcões e em algumas divisões, os colchões de cama amontoavam-se. No centro do pátio ergue-se a cozinha. Uma construção independente e marcante. No interior, o regresso ao passado foi evidente. As paredes revestidas de azulejos antigos e as mesas de madeira corrida e cadeiras igualmente de madeira levou-me numa momentanea viagem ao passado. O convívio entre pessoas era evidente e algo único e particular. Ao avistar a cozinha deparei-me com armarios numerados e tacho e panelas espalhadas pelas bancadas. "Esta numeração é de que?" pergutei. A resposta foi imediata "Ja percebeste que aqui na Berlenga tudo é comunitário, aqui cada quarto tem um numero a que corresponde um armário na cozinha. Trazes os teus alimentos e tens direito a colocar no teu armário e podes usar todos os utensilios que encontrares nas bancadas. Aqui cada um cozinha a sua comida". Foi marcante!!! Nas traseiras da cozinha avistava-se fumo de grelhados, "vamos ver a zona dos grelhadores". O fumo era muito e o cheiro a comida também, mas as pessoas a confratenizarem e a comerem era ainda mais. Achei fantástico!!! Depois de inspeccionarmos o resto do forte, seguiu-se o tormento, ter que voltar para trás. Os milhares de degraus olhavam para nós. Com muito esforço e bastante boa disposição la conseguimos chegar ao topo e avistar novamente o forte lá em baixo. Segui-se o chegar novamente ao local do almoço e pouco depois a ida para terra. A viagem de barco foi feita numa embarcação maior e mais lotada mas com muito mais animação e bom tempo. O Sol raiava e queimava. Depois de 50minutos de conversa, àgua, sol, enjoôs, dormidas e novos saberes sobre os animais marinhos, chegamos a Peniche. Seguidamente o adeus e as despedidas num até breve que esperemos que seja mesmo breve!
Foi um dia memóravel, estava eufórico com o belo dia passado num sitio quase irreal!
Aqui ficam algumas das milhares de fotos que tirei
P.S. Vi o Zé Maria do Big Brother, aquele das galinhas, ao que parece fugiu pa Berlenga e parecia que tinha pintado o cabelo... enfim...!!!
Conheci a mãe do Beto (cantor português), uma senhora super bem disposta e muito bonita, a Srª Mariete, que ao que parece mora lá quase o ano inteiro. Muito singela e animada.
2 comentários:
Deve ter sido fantástico...Quem me manda estar numa maré de azar e acabar por escaldar a mão com café a ferver???...Enfim.: ) Kiss*** Pat
P.S:Diz ao Peter que ontem havia uma vaga para a Bertrand de C.B. (ver site da livraria)
Ora... aí está! Um sítio fantástico que já não visito vai para 10 anos (nem parece que sou de Peniche.. lol).
É sem sombra de dúvida como descreves... e muito mais, pois existem coisas que de tão belas não são possíveis de se descrever.
A calma, o mar, o som das ondas a bater nas rochas, as gaivotas e pardelas. O céu estrelado à noite... são coisas inesqueciveis!
Tenho de lá voltar, de preferência com a tua companhia, para uns dias de "relax" ao sol :-)
GMT
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